quinta-feira, 7 de junho de 2012

BASÍLIO JAFET - Arte Tumular - 199 - Cemitério da Consolação, São Paulo




Vista frontal



Parte da frente superior direita

Parte da frente inferior direita

Parte da frente superior esquerda

Parte da frente inferior esquerda (detalhe)


Parte da frente inferior esquerda


Parte da frente no centro


Detsalhe do busto em mármore

Parte detrás do túmulo (As esculturas se repetem)


ARTE TUMULAR
Magnífico complexo tumular em granito polido marrom escuro, mármore e esculturas em bronze. Olhando-se de frente, o mausoléu é divido em três partes, a central e duas laterais com uma laje suporte inferior e outra superior onde estão alojadas as esculturas. Na parte central inferior, num nicho com pedestal gramado lateralmente, suporta uma escultura do busto de Basílio Jafet em mármore branco. . Na parte superior sobre o busto, apenas uma ramagem estilizada de palma em bronze, que na linguagem tumular significa a gloria e o êxito sobre a morte. Do lado esquerdo no plano inferior há um conjunto escultórico em bronze da família, representado pelo pai, mãe e filhos. No patamar superior, uma escultura em bronze representando três trabalhadores sobre uma bigorna e uma engrenagem industrial representando a siderurgia.
Do lado direito, outra representação escultórica em bronze de uma mulher em alegoria religiosa amparando a mãe e filhos, representando o amparo e a religiosidade da família. Na parte superior, outra escultura de um navio ladeado por um casal representando a imigração.
O interessante deste mausoléu é que a parte detrás se repetem as mesmas esculturas e nos mesmos locais, com três cruzes em bronze representando o cristianismo e logo abaixo um portal de bronze que dá acesso ao interior do mausoléu.
Local: Cemitério da Consolação, São Paulo
Fotos: ezerberus.multiply.com/photos/album, Simone (Picasaweb) e erbras75 (Flickr.com.photos/sall
Descrição tumular:Helio Rubiales


PERSONAGEM
Basílio Jafet nasceu no dia 21 de setembro de 1866, na pitoresca aldeia montanhosa de Shweir, Líbano, tendo se mudado para Beirute, quando o pai Professor Chedid Jafet Tebecherani assumiu um cargo na Escola Ortodoxa das Três Luas. Como o pai faleceu jovem aos 45 anos, coube à esposa Otroch Faraj Jafet a criação dos filhos Nami, Benjamim, Basílio, Miguel, João e Hala. Seus pais legaram-lhes uma sólida educação, que possibilitou a Basílio deixar o Líbano, em 17 de janeiro de 1888, aos 22 anos, em direção ao Brasil. Na América, buscava as oportunidades e os desafios que o novo continente podia oferecer. Chegou ao Rio de Janeiro, capital do Brasil na época, e começou a trabalhar com o comércio de varejo pelo interior, para depois concentrar suas atividades no atacado. Por onde passava, era muito querido e conseguia arregimentar amigos. Elegante e bem apessoado, tinha o tino comercial dos fenícios no sangue. Mais tarde, antevendo a grandeza de São Paulo, elegeu a cidade como residência e centro de sua vida comercial. Em 1893, seu irmão primogênito Nami Jafet (diretor e professor da Escola das Três Luas) também vem ao Brasil e funda com ele, Benjamim e João a sociedade comercial “Nami Jafet e Irmãos” na Rua 25 de Março. O empreendimento teve pleno êxito e, em 96, mudaram-se para a Rua Florêncio de Abreu, 37, onde os negócios expandiram-se (tecidos, armarinhos e produtos agrícolas como cereais e fumo eram comercializados) e onde, também residiram. Saudoso de sua pátria, Basílio Jafet decidiu visitá-la em 1901, dez anos depois de sua partida. De volta à Beirute conheceu a família de Demétrio Nami Mokdessi. A família ficou muito impressionada com a firmeza de caráter, educação e generosidade daquele homem. Adma, a filha do casal, que se fazia notar pela cultura (falava também o russo) e personalidade marcante, tornou-se sua esposa em agosto daquele mesmo ano. Depois de dois meses em lua de mel pelo Líbano e de um tempo de permanência em Paris, ele voltou ao Brasil acompanhado da jovem esposa que tinha 16 anos na época. Desta vez, para ficar. Tomou a decisão depois de analisar a situação econômica e comercial de seu país. Em 1906, Nami Jafet & Irmãos adquiriram uma grande área de terrenos no bairro do Ipiranga e lá construíram a S. A. Fiação, Tecelagem e Estamparia Ipiranga Jafet, que ocupava uma área de 100 mil metros quadrados, confeccionava 5 milhões de metros de tecidos e construíram 320 residências para as famílias dos operários. A fábrica foi, sem dúvida, a responsável pela pujança e desenvolvimento do Ipiranga. Sua esposa, Adma - também empreendedora e visionária - fundou em 1921 a Sociedade Beneficente de Senhoras do Hospital Sírio-Libanês, que deu origem e até hoje é a mantenedora do Hospital Sírio-Libanês, um dos mais conceituados da América Latina. Queria uma instituição de saúde que atendesse todas as classes sociais sem distinção e “que os ricos pagassem pelos pobres”. Basílio e Adma tiveram duas filhas Violeta e Angela Jafet. Violeta é a Presidente da Sociedade Beneficente de Senhoras - Hospital Sírio-Libanês desde 1960. Violeta teve quatro filhos: Basílio, Beatriz, Denise e Irene. Basílio é um dos Diretores da "Jafet S.A." (antiga Fiação, Tecelagem e Estamparia Ipiranga Jafet), Beatriz é Membro do Conselho Deliberativo, Denise Jafet Haddad e Irene Panelli são diretoras do HSL. Angela faleceu em 2001, deixando as filhas Edméa Jafet (voluntária no HSL), Elisabeth e Edith Cestari (diretora do Ambulatório de Pediatria Social do HSL). Basílio era na essência, generoso e nobre. Seu espírito diplomático tornou-o um grande homem que desfrutava da confiança e respeito da sociedade brasileira, a ponto de ter sido nomeado representante do Presidente da República Washington Luis, em 1928, durante a cerimônia de entrega do monumento que sírios e libaneses ofereceram à nação, por ocasião do Centenário da Independência do Brasil, como preito de gratidão à pátria que os acolheu (o fato teve grande repercussão na sociedade paulistana – pela primeira vez um imigrante libanês representava o presidente da República, impossibilitado de comparecer a uma cerimônia) Ao longo da vida, Basílio recebeu vários prêmios e comendas como a de Cavalheiro da Legião de Honra da França, as medalhas de Mérito Libanês nos anos de 1925 e 27 e ainda, o título de Irmão Benfeitor da Santa Casa. Traçou seu destino com generosidade e conhecia como ninguém a máxima: “Quem dá aos pobres, empresta a Deus”.
MORTE
 Basílio faleceu em 1947, aos 81 anos, deixando a viúva Adma e as filhas Violeta e Angela. Seu corpo foi carregado pelos operários da fábrica e a Rua 25 de março teve as portas comerciais fechadas em sua homenagem durante a passagem do cortejo fúnebre. Em homenagem póstuma a Câmara Municipal de Trípoli, no Líbano, prestou homenagem a família Jafet dando o nome de Avenida Jafet a mais importante e mais larga via da cidade. Em São Paulo, a Câmara Municipal deu o nome de uma via comercial que se chama Rua Cavalheiro Basílio Jafet e, em Choueir, no Líbano, uma das principais vias chama-se Avenida Basílio Jafet. Após sua morte, a família doou à Universidade de São Paulo o Edifício da Escola de Física. Posteriormente, o professorado da Escola, deu o nome de Adma Jafet ao auditório da instituição. A vida de Basílio Jafet e sua obra, deixaram um rico exemplo de determinação, honradez, luta, trabalho e cidadania. Autor: Violeta Jafet
 Fonte:http://jafetbrasil.com.br/historia-detalhes.asp?ID=12 Basílio Jafet
Formatação: Helio Rubiales

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