ARTE TUMULAR
Placa de mármore negro com o seu nome e datas gravados no gramado do cemitério
Local: Cemitério Jardim da Saudade, Sulacap, Rio de Janeiro.
Foto: Guilherme Primo
Descrição tumular: Helio Rubiales
Castor Gonçalves de Andrade e Silva (Rio de Janeiro, 1926 — Rio de Janeiro, 11 de abril de 1997) foi o mais famoso e poderoso bicheiro do Brasil.
SINOPSE BIBLIOGRÁFICA
Império da contravenção Seu pai, Eusébio de Andrade, já fizera fortuna explorando o jogo do bicho, e Castor teve uma infância despreocupada. Estudou no tradicional Colégio Pedro II, mas era um aluno relapso que matava as aulas para nadar na praia do Flamengo. Isso não o impediu de se formar em Direito.
Castor herdou a banca de bicho de seu pai e a transformou num império. Era considerado um bicheiro romântico, que não permitia que outros negócios escusos, como o tráfico de drogas, fossem explorados juntamente com o jogo. Castor transitou com prestígio e desembaraço pelo poder. No governo militar diversos generais lhe dedicaram atenção especial, a ponto de um secretário de Segurança do Rio de Janeiro daquela época, o general Waldir Alves Muniz, ter recebido instrução para "evitar problemas com Castor de Andrade". E o ex-presidente João Figueiredo quebrou o cerimonial certa vez, afastando-se do grupo de autoridades que o cercava e indo pessoalmente cumprimentar o bicheiro.
FUTEBOL E CARNAVAL
Castor foi presidente de honra e grande financiador do Bangu Atlético Clube, sendo o grande responsável pela conquista do título de campeão carioca de futebol de 1966 (quando o seu Pai: Sr. Euzébio Gonçalves de Andrade e Silva presidia o clube) e pelo vice-campeonato brasileiro de 1985, aonde perdeu o campeonato para o Coritiba,que foi o campeão brasileiro após histórica decisão por pênaltis no Maracanã. Foi também patrono da Mocidade Independente de Padre Miguel, escola de samba à qual ajudou a conquistar os títulos dos carnavais de 1979,1985,1990, 1991 e 1996. Mas sua participação no Carnaval não se limitava a esta escola de samba. Durante décadas colocou dinheiro na organização dos desfiles, numa época em que os demais contraventores não ousavam aparecer. Deve-se ainda a Castor a fundação da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, que surgiu de uma dissidência da Associação das Escolas de Samba da Cidade do Rio de Janeiro. Sob a liderança de Castor e de Capitão Guimarães, dez escolas de samba, financiadas por bicheiros, que eram minoria e sempre derrotadas nas deliberações da Associação, criaram a LIESA, que passou a dominar o Carnaval carioca.
PRISÃO
Castor esteve foragido, mas foi reconhecido e capturado em 26 de outubro de 1994, quando visitava o Salão do Automóvel, em São Paulo, disfarçado com um bigode postiço e uma peruca preta. Recolhido à carceragem da Polinter, fez ali uma verdadeira revolução. As celas se tornaram suítes de hotel de luxo, com ar-condicionado, lavadora de roupa, frigobar, televisão e videocassete. As festas na prisão eram constantes e movidas à champanhe e caviar. Além de comprar mordomias, o contraventor financiou a reforma das instalações e o conserto de carros de polícia. Por problemas cardíacos, obteve da Justiça o direito de cumprir sua pena em prisão domiciliar no seu luxuoso apartamento na Avenida Atlântica. Mas saía às ruas com freqüência, sem ser incomodado.
Pouco antes de morrer, o chefão da contravenção carioca dividiu seu espólio em duas partes: o filho Paulo de Andrade tomaria conta do jogo do bicho, enquanto o genro Fernando Ignácio ficaria com os caça-niqueis e o videopôquer.
MORTE
No fim da tarde do dia 11 de março de 1997, desrespeitando pela enésima vez a ordem judicial, jogava cartas na casa de um amigo, no Leblon, quando sofreu um ataque cardíaco fulminante, que o matou. Seu corpo foi velado na quadra da Mocidade. No carnaval de 1998, público e foliões presentes ao sambódromo fizeram um minuto de silêncio em sua homenagem.
Fonte: pt.wikipedia.org
Formatação:Helio Rubiales
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