terça-feira, 7 de dezembro de 2010

HUMBERTO MAURO - 140 - Arte Tumular - Cemitério Municipal de Volta Grande, Minas Gerais




ARTE TUMULAR
Base tumular retangular em mármore branco rajado com cerca de 80 cm. de altura. Sobre a base destaca-se um tampo que dá acesso ao túmulo, também em mármore, com uma placa com letras em bronze com o seu nome e datas. Na cabeceira tumular, uma placa de mármore (lápide), com uma escultura em relevo de Cristo em bronze, ladeados por jardineiras
LOCAL: Cemitério Municipal de Volta Grande , Minas Gerais
Fotos: Emanuel Messias
Descrição Tumular: Helio Rubiales

PERSONAGEM
Humberto Mauro (Volta Grande, 30 de abril de 1897 - 5 de novembro de 1983) foi um dos pioneiros do cinema brasileiro.. O cineasta não conquistou um só prêmio no exterior, mas ficou consagrado no Brasil, por retratar as belezas naturais, principalmente do interior, do país. De 1927 a 1979, dirigiu 12 longa-metragens, colaborou com pelo menos outros 12 como roteirista e ator, além de realizar mais de 300 documentários para o Instituto Nacional do Cinema Educativo (Ince).
Morreu aos 86 anos de idade.
BIOGRAFIA
Filho de Gaetano Mauro, imigrante italiano, e de Teresa Duarte, mineira culta e poliglota, ele nasceu na Zona da Mata mineira dois anos depois da histórica sessão cinematográfica promovida pelos irmãos Lumière, em Paris. Quando criança, mudou-se com a família para Cataguases, Minas Gerais.
INÍCIO: CICLO DE CATAGUASES
Desde cedo se dedicou à música, tocando o violino e o bandolim. Interessado também em mecânica,  ingressou no curso de engenharia em Belo Horizonte, que abandonou um anos depois para voltar a Cataguases. Como as linhas de transmissão de eletricidade chegavam à região, trabalhou na instalação de energia elétrica nas fazendas.
Foi para o Rio de Janeiro em 1916, onde trabalhou como eletricista, retornando a Cataguases em 1920. Neste mesmo ano casou com Maria Vilela de Almeida (Dona Bebê), com quem permaneceria casado pelo resto da vida.
A carreira de diretor, intérprete, fotógrafo e autor de roteiros começou aos 26 anos. Nessa época, o Brasil vivia simultaneamente a expansão do mercado cinematográfico e a repercussão da Semana de Arte Moderna de 1922. Humberto Mauro, que era cego do olho esquerdo, interessava-se por fotografia, comprou uma câmera  de  9,5 milímetros de Pedro Comello (pai da atriz Eva Nill),  e juntos fizeram o curta Valadão, o Cratera, em 1925, rodado na região da Zona da Mata Mineira. Ambos compartilhavam de uma paixão pelo cinema, principalmente pelos filmes americanos de aventura. Admirava D.W. Griffith e King Vidor. Os dois tornaram-se amigos inseparáveis.
Em 1925, Mauro e Comello compraram uma câmara cinematográfica de 9,5 mm, marca Pathé, com a qual Mauro filmou um curta-metragem cômico de apenas 5 minutos de duração. Mostraram esse filme a comerciantes locais, tentando convencê-los a investir numa companhia produtora de filmes em Cataguases. Com o apoio financeiro de Homero Domingues compraram uma câmara de 35 mm e centenas de metros de filme. Mas o filme que resolveram fazer ficou inacabado.
Ainda em 1925, com a participação do negociante Agenor Cortes de Barros, fundaram em Cataguases a Phebo Sul América. Em 1926 realizam “Na Primavera da Vida” e em seguida “Thesouro Perdido”, um filme nos moldes dos filmes de aventura americanos, com muitas e complicadas cenas de ação. Foi premiado como o melhor filme brasileiro de 1927. Este filme contou com a única participação nas telas da mulher de Mauro, com o nome artístico de Lola Lys. em sua única incursão cinematográfica, atuou seu irmão Chiquinho, no papel de galã, e o próprio cineasta, interpretando o vilão.
Com o sucesso de Thesouro Perdido, Mauro pôde ampliar sua produtora, rebatizada de Phebo Brasil, e desenvolver filmes de acordo com sua visão pessoal. Seu trabalho seguinte, Brasa Dormida, é uma bem sucedida mistura de aventura e romance, com excelente aproveitamento dos cenários naturais, em que não falta uma excitante (para os padrões da época) cena erótica. Lançada em 1929, foi distribuída para todo o país.
Seu longa-metragem seguinte, seu último para a Phebo, Sangue Mineiro é considerado sua obra-prima em Cataguases. Lançado em julho de 1929, percorreu todo o país com sucesso de crítica e público. Aqui ele deixa de lado a aventura e faz um filme intimista, em que os únicos conflitos são os do coração.
Mauro manteve estreitas ligações com poetas e escritores modernistas da época, especialmente com os integrante do chamado Movimento Verde. Criado em Cataguases após a Semana de Arte Moderna de 1922, tinha como integrantes Rosário Fusco, Francisco Inácio Peixoto,Ascânio Lopes e Guilhermino César, dentre outros, que eram responsáveis pela edição da Revista Verde, um dos marcos da literatura modernista brasileira.

 

 CINÉDIA

Com o surgimento da Cinédia, em 1929 ele vai para o Rio de Janeiro e começa a trabalhar com Adhemar Gonzaga, dirigindo as primeiras produções do estúdio, Barro Humano e "Lábios sem beijos", mostrando domínio na técnica do cinema falado.

O sucesso desses filmes tornou a Cinédia o estúdio mais importante da época. Em 1931 foi lançado Mulher, na qual Mauro atuou como câmera, cabendo a direção a Octavio Gabus Mendes. Seu filme seguinte, Ganga Bruta, teve dificuldades na sua realização que se prolongou de 1931 a 1933. Era um filme de estrutura narrativa revolucionária para a época, com flashbacks e cortes rápidos.
Depois de dirigir a Voz do Carnaval 1933- musical, que lançou Carmen Miranda no cinema, o primeiro filme falado para os estúdios da Cinédia, de Adhemar Gonzaga, é considerado um semi-documentário,utiliza cenas reais, gravadas ao vivo e que são mescladas com cenas de estúdio.
Troca a Cinédia pela Brasil Vita Filmes (1934), um estúdio fundado pela atriz Carmen Santos, estrela de vários filmes de Mauro. Na nova casa, fez Favela dos Meus Amores (1935) e Cidade Mulher (1936).

 

INCE

A convite de Edgar Roquete Pinto, Mauro se junta ao Instituto Nacional do Cinema Educativo, onde por décadas realizou documentários sobre temas tão variados como astronomia, agricultura e música.
Enquanto trabalhou no INCE , Mauro dirigiu apenas três longas metragens: Descobrimento do Brasil (1937), com música de Villa-Lobos,Argila (1940) e Canto da Saudade (1952), onde também trabalha como ator, num papel secundário.
Humberto Mauro é autor do mais significativo ciclo regional do cinema brasileiro, iniciado em 1926 com "Na Primavera da Vida". Durante seus últimos anos de vida, Mauro foi a inspiração principal da geração do Cinema Novo. Nelson Pereira dos Santos e Glauber Rocha eram seus admiradores declarados.
Mesmo sem dirigir, deu colaboração informal a cineastas como o próprio Nelson, para quem escreveu os diálogos em tupi-guarani de Como era gostoso o meu francês, Paulo César Saraceni e Alex Vianny.
Apesar de não ter feito carreira internacional, devido às limitações da época, foi homenageado no Festival de Cannes como um dos cineastas mais importantes do século XX.
.MORTE
Afastado do cinema desde 1974, quando fez o curta-metragem "Carro de Bois", passou a viver em seu sítio Rancho Alegre, em Volta Grande, onde morreu, aos 86 anos de uma parada cardíaca  quase que completamente cego, após uma forte pneumonia.
Fonte: pt.wikipedia.org e Emanuel Messias
Formatação e pesquisa: Helio Rubiales
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hrubiales@gmail.com

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